Biografia
Max Emilian Verstappen nasceu no dia 30 de setembro de 1997, no hospital de Hasselt, capital da província de Limburgo, em Flandres, Bélgica. É o primeiro filho de Johannes Franciscus Verstappen, ex-piloto holandês que correu na Fórmula 1 sob o nome de Jos Verstappen, e de Sophie-Marie Kumpen, ex-piloto belga, vencedora do Troféu Andrea Margutti em 1995 e bicampeã belga de kart nos anos 90. Em 22 de outubro de 1999 nasceu sua irmã mais nova, Victoria Jane Verstappen. Sophie havia deixado sua carreira para se casar em 1996, e Jos estava em seu quarto ano na Fórmula 1 quando Max nasceu. Sua família materna possui notáveis figuras do automobilismo na Bélgica, como Paul Kumpen (campeão belga de Rallycross em 1987 e fundador da PK Racing) e seu filho Anthony (campeão de endurance em 2004, 2006 e 2010). Com talento e paixão pelo esporte, Max continuou a “tradição” de sua família ainda bem novo.


Jos Verstappen e Sophie Kumpen no Hospital de Hasselt com o recém-nascido Max. (Foto: snaplap.net) [1]
Verstappen aprendeu a andar de kart aos 4 anos e meio. Em 2005, com apenas 7 anos, estreou em competições oficiais. Porém, as fontes divergem sobre seus resultados e conquistas.
Segundo o site Driver Database, em 2005, Max ingressou no Campeonato Limburguês de Kart, na categoria Mini Júnior, sendo vice-campeão com 40 pontos. Um ano depois, foi campeão no nível Minimax da edição belga do Rotax Max Challenge (uma competição específica para karts com os motores do tipo Rotax) com 990 pontos e conquistou o bicampeonato em 2007 com a mesma pontuação. Ainda em 2007, venceu a edição holandesa e a nacional belga (também fiquei confusa quando o site indicou que Verstappen havia vencido o Rotax Max Challenge Belgium Minimax e o Rotax Max Belgium National Minimax, afinal, teoricamente, ambos são relativos a competições belgas de nível nacional). No ano seguinte, foi tricampeão belga do Rotax Max Challenge, campeão do Benelux Karting Series e campeão belga na categoria cadete. O Driver Database é a base de informação para sites como a Wikipedia.

Com apenas 4 anos e meio, Verstappen aprendeu a andar de kart. (Foto: Grand Prix 247) [2]
De acordo com site oficial de Verstappen, ele ingressou nas competições realizadas pela Federação Flamenca de Esportes Automotivos (Flemish Autosport Federation) em 2005 e venceu o Campeonato Belga de Kart na categoria Mini. No ano seguinte, conquistou o bicampeonato vencendo todas as 21 corridas. Em 2007, subiu para a categoria Mini Max e venceu o Belgian Rotax Max Challenge e o Campeonato Holandês, ambos com pontuação máxima. Um ano depois, Max teve sua primeira temporada não-invicta, mas venceu 16 das 18 corridas do Belgian Rotax Max Challenge e chegou em segundo lugar nas demais, sendo bicampeão. Ainda em 2008, Verstappen foi campeão da Benelux Karting Series, vencendo 11 das 12 corridas (na última chegou em terceiro lugar após largar do fim do grid). Ao final daquele ano, com 11 anos de idade, Max avançou para a categoria Cadete e ganhou 11 das 12 etapas do Campeonato Belga de Kart. Embora não tenha conseguido correr na última prova devido a problemas mecânicos, isso não o impediu de ser campeão pela terceira vez no ano. Em 2009, a idade o impediu de concorrer em outras categorias, fazendo-o repetir as competições do ano anterior. O resultado foi ótimo: tricampeão do Belgian Rotax Max Challenge (invicto em 2009), bicampeão do Benelux Karting Series e campeão belga na categoria KF5 com 10 vitórias e dois segundos lugares).

Entre os anos de 2005 e 2009, Verstappen foi praticamente invencível nas competições nacionais. (Foto: FormulaPassion.it) [3]
Em 2010, Verstappen estreou em competições internacionais. Contratado pela equipe italiana CRG (que também revelou Lewis Hamilton, Vitantonio Liuzzi e Alex Zanardi), participou de sete torneios na categoria KF3. Foi segundo colocado na Winter Cup, campeão da WSK Euro Series e da WSK World Series, quinto colocado no Campeonato Europeu CIK-FIA (CIK-FIA European Championship), segundo na CIK-FIA World Cup e vencedor da Bridgestone-Cup Final e da WSK Nations Cup.
O ano seguinte trouxe altos e baixos para o jovem piloto. Max teve um ótimo começo, sendo vice-campeão da Winter Cup pelo segundo ano consecutivo, terceiro colocado na WSK Master Series (Round 1) e bicampeão da WSK Euro Series (superando inclusive uma fratura na costela que o tirou de uma prova). Porém, colisões o fizeram terminar Campeonato Europeu CIK-FIA no 14º lugar e o tiraram da CIK-FIA World Cup.

Com a equipe italiana CRG, Max viveu um período de fortes emoções e boas conquistas. (Foto: Karting Magazine) [4]
Como 2011, 2012 foi um ano que trouxe bons e maus momentos para Max. Aos 14 anos, com idade suficiente para competir na categoria KF2, a mais competitiva em termos de transmissão automática no kart, Verstappen se juntou à equipe italiana Intrepid, que utilizava motores TM. Venceu a Winter Cup, com triunfos na pré-final e final. Foi o campeão da WSK Master Series, com dois segundos lugares e uma vitória. Conduzindo um kart de transmissão manual, na categoria KZ2, Max foi o grande vencedor do primeiro round da BNL Karting Series, vencendo as quatro finais. Voltando à KF2, ingressou nos rounds alemão e britânico do Campeonato Europeu CIK-FIA. Na etapa de Wackersdorf, conseguiu uma vitória e um segundo lugar sob chuva. Em Brandon, conquistou uma vitória e um terceiro lugar, mas foi penalizado, perdendo o título e terminando a competição em 10º. Na WSK Euro Series, Max teve uma vitória, mas uma série de imprevistos (como falhas mecânicas e ser forçado para fora da pista) o colocaram no sexto lugar. Na Deutsche Kart Meisterschaft, largou na pole nas duas etapas, mas colidiu em ambas. Vencendo a pré-final da CIK-FIA World Cup, na categoria KZ2, após largar em 10º, uma intensa briga com um adversário na final resultou em colisão. Mesmo sem vitórias, foi vice-campeão da CIK-FIA World Cup, categoria KF2. Participando do Campeonato Mundial de Kart CIK-FIA (CIK-FIA World Karting Championship), na categoria KF1, seus resultados foram 13º, quarto, terceiro, um abandono e segundo, terminando a competição no oitavo lugar. Sua última competição do ano foi a corrida Superkarts! USA Supernationals KZ2, em Las Vegas, na qual um problema técnico lhe tirou a vitória após um ótimo fim de semana. O site de Verstappen descreve 2012 como o “ano de teste de resiliência” do piloto.

“Resiliência”: é assim que Verstappen descreve seu ano de 2012. (Foto: Interprid) [5]
Se 2012 foi o ano de “resiliência”, 2013 foi o ano dos triunfos. Tornou-se bicampeão da Winter Cup, da WSK Master Series (categoria KZ2) e da WSK Euro Series (categoria KZ1). Max foi o segundo colocado no Rotax Max Euro Challenge (evento para promover karts CRG). Verstappen ainda conquistou o título do Campeonato Europeu CIK-FIA nas categorias KF e KZ, sendo que na primeira seus resultados consistentes compensaram a falta de vitórias (situação parecida com a de Keke Rosberg, na Fórmula 1 em 1982, que foi campeão com apenas uma vitória). Com uma excelente campanha, Max quase foi campeão mundial, mas uma colisão no Bahrein o impediu. Porém, terminou o Campeonato Mundial CIK-FIA (categoria KF) em terceiro lugar. Foi em agosto daquele ano que ele dirigiu seu primeiro monoposto, durante os testes com o carro de Fórmula Renault 2.0 das equipe KTR e Tech 1. Também foi convidado para testar o carro da ATS Formel 3 da Team Motopark.

2013 foi o melhor ano de sua carreira no kart. (Foto: CRG) [6]
Em 2014, Max começou sua carreira nas corridas de carros. Participou da Florida Winter Series, competição patrocinada pela Academia de Pilotos Ferrari (Ferrari Driver Academy) na qual todos os competidores dirigem carros do mesmo modelo: Tatuus FA010B Formula Abarth. Conseguiu duas vitórias, um segundo lugar e dois terceiros, todos em Palm Beach e Homestead.

Primeira fila, da esquerda para a direita: Max (1º), Tatiana Calderón (2ª) e Lance Stroll (4º). Florida Winter Series de 2014. (Foto: Autosport) [7]
Contratado pela Van Amsterfoort Racing, com motores Volkswagen, Verstappen estreou na Fórmula 3 Europeia, conseguindo seu primeiro pódio, um segundo lugar, já em sua terceira corrida, em Silverstone. A primeira vitória ocorreu na sexta corrida, em Hockenheim. Com 10 vitórias, três segundos lugares e três terceiros, Max foi o terceiro colocado da competição, com 411 pontos, mas chamou atenção como se fosse o próprio campeão. Seu talento atraiu diversas equipes de Fórmula 1, como a Mercedes, interessadas em colocá-lo em seus programas de formação de talentos. Max aceitou a proposta da Red Bull Junior Team. Ainda em 2014, ele terminou o Grande Prêmio de Macau de Fórmula 3 em sétimo lugar e foi o vencedor, com a Motopark, da Formula 3 Zandvoort Masters, tal qual seu pai em 1993, com a Opel Team WTS. Em setembro, nasceu sua meia-irmã, Blue Jaye Verstappen.

Max na Fórmula 3 Europeia. (Foto: Site da Fórmula 3 Europeia) [8]

Max na Formula 3 Zandvoort Masters. (Foto: Autosport NL) [9]
Verstappen foi confirmado como piloto da Scuderia Toro Rosso para o ano seguinte. Entretanto, ainda em 2014, ele teve de completar 148 voltas no Circuito de Adria, na Itália para garantir a superlicença e o direito de competir em Grandes Prêmios de Fórmula 1. Max fez testes nos treinos livres de sexta-feira dos GP’s do Japão (onde foi o 12º), dos Estados Unidos (10º) e do Brasil (6º), quebrando o recorde de mais jovem piloto a participar de um fim de semana de Fórmula 1. Foi em Suzuka que ele presenciou a morte do piloto francês Jules Bianchi, da Marussia, a segunda fatalidade vista em sua carreira (a primeira foi em 2009, no kart, quando ele tinha 11 anos). Nos treinos após o GP de Abu Dhabi, foi o terceiro mais rápido.
Em 2015, Verstappen estreou na Fórmula 1 no GP da Austrália, aos 17 anos, quebrando o recorde de mais jovem estreante da competição. Apesar de abandonar sua primeira corrida, ele conseguiu seus primeiros pontos logo em seu segundo GP, na Malásia, chegando em sétimo, acumulando 6 pontos e quebrando o recorde de mais jovem piloto a pontuar na Fórmula 1. Max terminou seu ano de estreia na 12ª colocação, com 49 pontos e 10 chegadas na zona de pontuação. Suas corridas mais marcantes daquela temporada foram os GP’s de Mônaco, de Cingapura e dos Estados Unidos. No primeiro, uma colisão com Romain Grosjean, da Haas, chamou a atenção da FIA, que proibiu a entrada de menores de idade na competição, tornando Verstappen o piloto mais jovem da história. No segundo, ele recusou uma ordem de equipe para deixar seu companheiro Carlos Sainz Jr. ultrapassá-lo, gritando “NÃO” no rádio e terminando a corrida em oitavo. No terceiro, conseguiu um surpreendente quarto lugar, seu melhor resultado do ano. Verstappen recebeu da FIA os prêmios de “Rookie of the Year” (“Estreante do Ano”), “Action of the Year” (“Ação do Ano”, pela ultrapassagem sobre Felipe Nasr no GP da Bélgica) e “Personality of the Year” (“Personalidade do Ano”).

GP de Cingapura de 2015: Max disse “NÃO” às ordens de equipe e ganhou elogios pela garra. (Foto: Contos da Fórmula 1) [10]
O ano de 2016 foi fantástico para o jovem prodígio. Depois de pontuar nas três primeiras corridas (Austrália, Bahrein e China) e de um abandono na Rússia, Max foi anunciado como substituto de Daniil Kvyat na equipe Red Bull Racing. A decisão foi polêmica, mas ele provou que merecia seu lugar ao ter sua primeira vitória na Espanha, em seu primeiro GP com a equipe nova. Verstappen assumiu a liderança da prova, marcada pela colisão de Lewis Hamilton e Nico Rosberg, e se defendeu dos ataques de Kimi Räikkönen, da Ferrari. Com o primeiro lugar, aos 18 anos, ele quebrou o recorde de mais jovem vencedor de um Grande Prêmio, que antes era de Sebastian Vettel (terceiro colocado nessa corrida) e marcou a primeira vitória de um piloto holandês na categoria. Além da vitória, Max teve mais seis pódios (Áustria, Grã-Bretanha, Alemanha, Malásia, Japão e Brasil). No GP da Bélgica, quebrou o recorde de mais jovem piloto a largar da primeira fila (superado um ano depois por Lance Stroll). Foi no GP do Brasil que ele protagonizou um dos maiores espetáculos do esporte, ao superar a forte chuva e o equívoco da equipe na troca de pneus, que o tirou do segundo lugar e o pôs em 16º, e ultrapassar carro por carro até chegar em terceiro. Foi eleito o “Driver of the Day” (“Piloto do Dia”), quebrou o recorde de mais jovem piloto a fazer a volta mais rápida e sua ultrapassagem sobre Rosberg lhe rendeu os prêmios de “Ação do Ano” e “Personalidade do Ano” pela segunda vez consecutiva. Era o início de seu nome como “mestre da chuva”. Terminou 2016 no quinto lugar, com 204 pontos.

Primeira vitória de Max Verstappen na Fórmula 1, no GP da Espanha de 2016. (Foto: Autoblog) [11]

O pódio no GP do Brasil de 2016 (que aconteceu no meu aniversário) lhe rendeu comparações a Ayrton Senna. (Foto: Reuters) [12]
Em 2017, após terminar as primeiras corridas (Austrália e China) em quinto e terceiro, Max era esperado como um dos concorrentes ao título. Entretanto, uma série de problemas com o carro e colisões lhe renderam sete abandonos (NENHUM deles por sua culpa). Mas Verstappen surpreendeu ao dar a volta por cima com uma vitória triunfante na Malásia. Ele ainda teve um 2º lugar no Japão e uma vitória no México, na qual liderou todas as voltas. Max foi premiado pelo terceiro ano consecutivo com o título de “Personalidade do Ano” pela FIA. Terminou 2017 no sexto lugar, com 168 pontos.

Max no FIA Prize Giving 2017, com o prêmio de “Personalidade do Ano”. (Foto: Flickr) [13]
Em 2018 Max teve um ano com momentos altos e baixos. Após chegar em sexto no GP da Austrália, um choque com Hamilton o tirou do GP do Bahrein, tendo também uma colisão com Vettel na China, onde foi o quinto colocado. No Azerbaijão, seu companheiro Daniel Ricciardo acertou sua traseira e tirou os dois da prova. No entanto, o resto do ano teve resultados consistentes: conseguiu terceiro lugar na Espanha, Canadá, Bélgica, Japão e Abu Dhabi, segundo lugar na França, Estados Unidos e Brasil (onde uma trapaça de Esteban Ocon lhe tirou a vitória), duas incríveis vitórias na Áustria e México e uma corrida incrível em Mônaco, onde largou em último e fez várias ultrapassagens na pista mais difícil do calendário, conseguindo um nono lugar. Terminou o ano em quarto, com 249 pontos, somente três pontos atrás de Kimi Räikkönen.
Em 2019, Verstappen começou o ano com um terceiro lugar na Austrália, repetindo o resultado na Espanha e em Singapura. Conquistou sua primeira pole position na Hungria (onde terminou a corrida em segundo lugar), sendo o 100º piloto a largar da primeira posição do grid. Suas vitórias foram possíveis na Áustria, na Alemanha (onde Max conseguiu excelentes ultrapassagens) e no Brasil. Com apenas um abandono, na Bélgica devido a uma batida com Räikkönen, Verstappen pontuou em todas as demais corridas. Em 2 de maio, nasceu seu meio-irmão Jason Jaxx Verstappen. O piloto terminou a temporada de 2019 no terceiro lugar, com 278 pontos, três vitórias e nove pódios.
Fontes
Fotos
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